terça-feira, 23 de abril de 2013

No MAM-Rio, a exposição “Carne Misteriosa”, com 87 obras inéditas no Brasil do artista português Rui Chafes.


Rui Chafes – Carne Misteriosa

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro [MAM Rio]
Espaço monumental
Abertura: 25 de abril de 2013, às 18h
Exposição: 26 de abril a 16 de junho de 2013
Curadoria: Marcio Doctors
Patrocínio: Bradesco
Realização: Brasil Portugal Agora e
Ministério da Cultura - Governo Federal, Brasil: país rico é pais sem pobreza
Mantenedores do MAM: Petrobras, Light e Organização Techint
Produção: Suzy Muniz Produções


O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Ministério da Cultura, o Bradesco, a Petrobras, a Light e Organização Techint apresentam a exposição “Carne Misteriosa”, com 87 obras inéditas no Brasil do artista português Rui Chafes. A mostra ocupará o Espaço Monumental do Museu, e a escultura “Dupla sombra (o teu sangue e o meu)“, que estará pendurada no ponto central da exposição, foi feita especialmente para esta ocasião. As obras pertencem a acervos públicos e privados de Portugal e da Espanha, e também à coleção pessoal do artista.

“Esta é uma exposição que tem por objetivo apresentar a obra de Rui Chafes, um dos mais importantes escultores portugueses da atualidade, para o público brasileiro, no Ano de Portugal no Brasil”, explica o curador Marcio Doctors.


A montagem pensada pelo curador tirou partido da escala do Espaço Monumental do Museu, e criou o conceito de salas que servem tanto para apresentar no seu interior as esculturas de pequenas dimensões, como base para algumas esculturas de grande porte, que assim ficam na mesma altura do mezanino, podendo ser observadas também pelo público a partir deste andar. As salas funcionarão também como suporte para acolher os textos e pensamentos do artista, do curador e do poeta romântico alemão Novalis.

A exposição terá, então, esculturas no chão, suspensas, sobre essas salas e dentro delas.  São duas grandes obras sobre as salas e três presas no teto. Uma delas, “Um sopro dolorosamente suave”, mede 7m de comprimento, pesa cerca de 400kg e “flutuará sobre a exposição como uma nuvem”. Ela é composta por duas bolas de ferro, pendurada no teto, que são sustentadas por uma malha de ferro.


“Rui Chafes ao mesmo tempo é um escultor ferreiro e lida o tempo todo com as palavras. Chegou a traduzir para o português o filósofo alemão Novalis (1772 – 1801), e já publicou vários livros“, observa Marcio Doctors. “Aparentemente dois lugares opostos – o ferro e as palavras – estão presentes na obra dele. Ele é um apaixonado pelo romantismo alemão, e há referências a Nietzche em seu trabalho”, completa.

 “Da dureza do ferro ele erige presenças, criando potências precisas de cutelo que nos afetam, atingindo nossas lembranças com imagens inesquecíveis, que são como epifanias; e com as palavras ele tece os sentidos impalpáveis que envolvem suas esculturas, permeando-as com idéias, conceitos e poesia. Por isso Carne Misteriosa: o conteúdo de suas esculturas são as palavras; o continente de suas palavras são as esculturas negras de ferro. Como o mistério da carne - como de toda expressão da natureza para o homem - a matéria, o espírito e o sentido”, diz o curador.



 “Suas palavras deslizam e nos induzem para um território de desmaterialização do objeto, colocando-o sempre em cheque, criando sulcos que revelam as verdadeiras intensidades da vida. Ele não é um fetichista. Apesar de escultor, o objeto em si não lhe interessa. O que lhe interessa, assim como para Giacometti, é a luta constante com e contra a forma para dela extrair a potência da expressão, que faz parte do mundo dos mortos, onde a presença já não é o mais fundamental. A forma não lhe basta. Suas esculturas, como ele próprio diz, são como módulos de pensamento, catalisadores e transmissores de forças”.

A exposição estará dividida da seguinte forma:

SALA UM
Estão reunidas as obras da série “L'innomable feuille de...”, que mais tarde passou a se chamar também “Pickpocket”. Elas foram moldadas a partir da anatomia da mão do artista e nela se encaixam perfeitamente. Elas poderiam ser facilmente roubadas, por se esconderem entre a mão. Mas elas são como amuletos que nos protegem ou são como pequenos segredos que trazemos escondidos na alma.

SALA DOIS: INFERNO
Aqui Rui Chafes faz uma incursão ao mundo dos mortos. Citando Jean Genet, que gosta de citar, “... a arte é feita para o imenso povo dos mortos.”. Há nessas obras uma clara referência aos desenhos de Botticelli para a Divina comédia de Dante. O que é importante destacar é que, para o artista, a arte é um fluxo contínuo no tempo, daí sua resistência e o poder de catalisar as energias do passado. Seus interlocutores são os grandes mestres do passado. A presença da consciência da morte nos lembra a importância da vida.

SALA TRÊS: SOLIDÃO
Rui Chafes é um artista solitário. Assim como solitários são todos os artistas porque estão sozinhos nas suas singularidades. Desviam-se do tempo e o paralisam para inaugurarem seus próprios tempos. Nesse módulo, prestamos uma homenagem a Novalis e a Rui Chafes, que é o seu tradutor para a língua portuguesa, citando a frase de Novalis :“Estamos sós com tudo aquilo que amamos.”.

SALA QUATRO: DURANTE O FIM
Neste módulo é projetado o filme “Durante o fim”, realizado por João Trabulo sobre a obra de Rui Chafes. É mais do que um filme sobre uma obra, trata de apreender o que envolve a sensação da obra e do pensamento de um artista. O fim não é visto nem como destinação nem como um corte, mas como extensão no tempo; uma permanência porosa. A morte como extensão da vida. O fim encontrando-se com o começo.

SALA CINCO: O SONHO DE GIORGIO DE CHIRICO
Neste módulo, que guarda o segredo da arquitetura Renascentista, de criar estruturas quadradas por fora e redondas por dentro, o público poderá surpreender na visão do paradoxo da forma arquitetônica e na distância que o separa da obra, o paradoxo do sonho do artista Giorgio de Chirico na sua busca solitária em meio à arte moderna, indo contra os desígnios de seu próprio tempo. Da mesma forma Rui Chafes cria uma obra que vai contra certos modismos de nosso tempo marcados por uma arte superficial, voltada para a espetacularização.

SALA SEIS: O SILÊNCIO DE...
É uma instalação de uma obra em progresso, que vai crescendo com o tempo. O artista mantém o hábito de escrever à mão e de tempos em tempos queima seus escritos e sela as cinzas em caixas de aço. Aqui a destruição é usada como uma forma de libertação, tal como a criação, só que como desprendimento, renovação e purificação pelo fogo. A chama que carrega a força da arte e o mistério da criação através do tempo.

SALA SETE: A HISTÓRIA DA MINHA VIDA
Nesta instalação áudio-visual pode-se entrar em contato com uma surpreendente narrativa da história da vida de Rui Chafes. É uma história da história da arte através da vida do artista em que vamos descobrindo a espessura da suas criações. Suas convicções, suas escolhas, suas influências e seus comprometimentos.

PAREDE EXTERNA DA SALA SETE: ANDREJ FILHO DE ANDREJ FILHO DE ANDREJ
Série de fotos que registram mais uma obra em progresso. Desde 1999 até os dias de hoje o artista abandona esculturas na costa atlântica, na área onde se encontra seu ateliê e onde passou a infância. Mais uma vez aqui é posta em prática uma ação marginal que contesta a história do fetiche do objeto: o abandono. Rui entrega essas obras de volta à natureza ou para o passante desavisado que se interessar, como se quisesse instaurar uma arte anônima, onde o que vale é fluxo da trocas de energia entre ele e o mundo, fazendo-as retornar para o lugar ao qual a arte pertence. 



Serviço: Rui Chafes – Carne Misteriosa
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Abertura: 25 de abril de 2013, às 18h
Exposição: 26 de abril a 16 de junho de 2013
Curadoria: Marcio Doctors
Realização: MAM Rio
Patrocínio: Bradesco
De terça a sexta, das 12h às 18h. Sábado, domingo e feriado, das 12h às 19h. A bilheteria fecha 30 minutos antes do término do horário de visitação.
Ingresso: R$12,00
Estudantes maiores de 12 anos: R$6,00
Maiores de 60 anos: R$6,00
Amigos do MAM e crianças até 12 anos: entrada gratuita
Quartas-feiras a partir das 15h: entrada gratuita
Domingos ingresso família, para até 5 pessoas: R$12,00
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85
Parque do Flamengo – Rio de Janeiro – RJ 20021-140
Telefone: 21. 3883.5600

Mais informações: CW&A Comunicação
                               Claudia Noronha / Beatriz Caillaux / Marcos Noronha
                               21 2286.7926 e 3285.8687
                               claudia@cwea.com.br / beatriz@cwea.com.br / marcos@cwea.com.br

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