terça-feira, 4 de setembro de 2012

Porto Alegre > 50 anos sem Aldo Lucatelli (1915-1962)

03/09/2012 | N° 11469 

MEMÓRIA
Locatelli morria há 50 anos
Pintor italiano deixou legado artístico no Rio Grande do Sul


Dia 3 de setembro de 1962. Aldo Locatelli sucumbia, vítima de um câncer, há exatos 50 anos. A morte tão lamentada na Serra, onde o artista italiano criou vínculos eternos em Caxias por conta da ofuscante obra sacra deixada nas paredes e no teto da Igreja São Pelegrino, passou a retroalimentar no mesmo instante o seu legado.



Mesmo tendo nascido numa família humilde, Locatelli conseguiu estudar num importante centro de ensino superior em arte, a Accademia Carrara, em Bergamo. Depois de um certo reconhecimento em seu país natal, onde chegou a trabalhar também com restauração, o artista aceitou um convite em 1948 para cruzar o Atlântico e pintar a Catedral São Francisco de Paula, em Pelotas.



No Brasil, começou a viver uma nova fase. Seu trabalho o trouxe a Caxias, a convite do padre Eugênio Giordani. A missão era a pintar a religião católica na Igreja São Pelegrino, que seria inaugurada em 1953. Seu trabalho começou no início dos anos 1950 e durou 10 anos. Fez, o que é consenso entre críticos, sua obra-prima: a Via-Sacra, o Juízo Final e a reprodução em imagens do hino fúnebre Dies Irae (dia da ira), hino em latim executado em funerais até 1968, tido como um dos poucos, senão o único, pintado em todo o mundo.



Aqui, seus traços clássicos ganharam tons expressionistas e modernistas, tão em voga no país naquele período, deixando por vezes seu trabalho mais torvo, desafiador. Resultado de seu acordo com padre Giordani, uma vez que Locatelli aceitou fazer o trabalho desde que pudesse ser livre para criar.



Locatelli era um tipo de Michelangelo da Serra. Assim como o genial renascentista, ele manufaturava sua arte por encomenda. Ou, em outros casos, trabalhava para governos – fez painéis no Aeroporto Salgado Filho, Palácio Piratini e Festa da Uva, hoje prefeitura.



No Rio Grande do Sul, além de Caxias e Pelotas, Locatelli alastrou seu legado por Novo Hamburgo, Santa Maria e Porto Alegre, onde morava. Ele morreu aos 47 anos.



Fontes: http://www.clicrbs.com.br/ e
mostras@smc.prefpoa.com.br


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