quinta-feira, 24 de março de 2011

O que posso fazer pelo mercado de arte?

João Carlos Lopes dos Santos
     Uma consulente, aqui incógnita, formulou uma excelente pergunta e, por isso, a transformei em um artigo. O que vou dizer serve para todos que gravitam ou não no mercado de arte.
     Escreveu-me uma estudante universitária da Capital de um dos Estados, objetivando ter uma idéia sobre que tema, envolvendo o mercado de arte, que poderia escolher para a monografia final do seu curso de economia.
     Iniciando, tenho a lhe dizer que há excelentes marchands, profissionais competentes e com larga experiência em todas as Capitais brasileiras. Indico-lhe uma entrevista com um deles. Conseguindo, já lhe será muito útil na escolha do tema da sua monografia.
     Você me diz estar um pouco perdida para delimitar o tema, pois gostaria de pesquisar algo novo, não muito abordado e que contribuísse para com a sociedade. Pergunta o que lhe posso sugerir.
     Ouvidos os profissionais daí, sugiro que você se atenha a um estudo profundo e bem abrangente sobre o mercado de arte de seu Estado e, em particular, da Capital. Seria excelente para o mercado de arte nacional, se tivéssemos uma boa literatura de cada mercado regional, com informações profundas e abrangentes. Infelizmente, não dispomos de nenhuma literatura a respeito. Quem sabe, você não será a autora - ou autor - do livro sobre o mercado de arte de seu Estado?
     Tentei, com o Manual do Mercado de Arte, iniciar o processo, mas, até agora, pouquíssimos foram aqueles que acharam importante dar notícia de seus mercados. Iniciativa própria de um livro? nenhuma. Você já imaginou o dia em que dispusermos de um trabalho desse sobre cada mercado regional? O mercado nacional vai agradecer muito. O mercado agradece sempre as boas iniciativas em prol dele e das artes plásticas.
     Outra boa idéia, é a dos dicionários regionais de artistas plásticos, como o fizeram Renato Rosa & Decio Presser, no "Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul", da Editora da Universidade/UFRGS; assim como a Prova do Artista, de Salvador, com o livro "100 Artistas Plásticos da Bahia", para citar só duas iniciativas.
     A Julio Louzada Publicações, em âmbito nacional, faz também um belíssimo trabalho com o Artes Plásticas Brasil (o qual tenho represento, tecnicamente, no Rio de Janeiro, desde o volume dois, até hoje), o único dicionário-catálogo em atividade ininterrupta no país, com biografias e registros de mercado deste 1985, abrangendo preços a partir de 1980.
     Além desses, aconselho que forme sua biblioteca com todas as publicações sobre arte brasileira e estrangeira, independentemente de ser dessa ou daquela editora, desse ou daquele autor. Além de ampliar seus conhecimentos, você estará fazendo um excelente investimento financeiro, pois os livros de arte não ficam obsoletos, dificilmente são reeditados, se valorizam com o tempo, e têm sempre valor de revenda no mercado, com excelente liquidez. Quando esgotam, passam a valer fortunas.
     Por outro lado, escrever e editar um livro, jornal ou revista - assim como vídeos e demais mídias - que versem sobre arte brasileira é uma missão das mais árduas. Portanto, não deixe de prestigiar tais iniciativas.

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